Porta-contêineres colidiu contra balsas que fazem a travessia de veículos entre as margens. Ninguém se feriu.
Um navio porta-contêineres de 333 metros de comprimento colidiu lateralmente contra três balsas que transportam veículos entre as cidades de Santos e Guarujá, no litoral de São Paulo, na noite de domingo (6). O cargueiro realizava manobra de entrada no cais no momento do acidente. Segundo a Marinha, ninguém se feriu.
O monitoramento via satélite do navio Santos Express indicou que ele acessou o Canal do Estuário, utilizado para a navegação aos terminais do Porto de Santos, às 20h22. Exatos sete minutos depois, a embarcação, que tem 48 metros de largura (boca), aproximou-se bruscamente da Margem Esquerda do cais, em Guarujá.
Durante um minuto, a lateral direita do cargueiro se arrastou pelas balsas FB-18, FB-19 e FB-28, utilizadas pela estatal Desenvolvimento Rodoviário S/A (Dersa) no serviço de travessias marítimas no litoral paulista. As duas primeiras embarcações estavam fora de serviço, e a terceira havia desembarcado veículos momentos antes.
Vídeos registrados por motoristas que aguardavam para embarcar nas balsas e funcionários do serviço mostram os momentos de tensão e o barulho ocasionado pelas colisões sucessivas. Somente marinheiros estavam a bordo e se afastaram rapidamente do local ao notarem a aproximação do navio. Os funcionários não ficaram feridos.
A Praticagem de São Paulo informou que dois práticos estavam a bordo do navio no momento do acidente. Os profissionais são responsáveis por orientar o comandante da embarcação durante as manobras de entrada e saída do porto, uma vez que o trajeto restrito e sinuoso requer conhecimento local para evitar acidentes e incidentes.
Além disso, em razão do tamanho do navio, ao menos um barco rebocador auxiliava na manobra de acesso ao complexo. Após o ocorrido, o navio alinhou-se novamente no Canal de Navegação e atracou em segurança no cais da DP World Santos, também na Margem Esquerda,às 21h13, para onde deslocaram-se peritos da Marinha.
Por meio de nota, a Capitania dos Portos de São Paulo (CPSP) informou que equipes da autoridade marítima foram informadas do acidente e mobilizadas para apurar o que havia acontecido. Um nquérito Administrativo sobre Acidentes e Fatos da Navegação (IAFN) foi aberto para verificar causas e responsabilidades.
A estatal que opera as balsas declarou que as três embarcações atingidas foram retiradas de serviço para serem vistoriadas, periciadas e, em seguida, reparadas. “Não houve vítimas e a Dersa vai avaliar os danos materiais causados pelo navio”. A empresa informou que a travessia opera com frota reduzida nesta segunda-feira (7).
A Hapag-Lloyd, armadora proprietária do navio, que tem bandeira alemã e foi batizado em novembro de 2017, informou que está colaborando com as autoridades e que a ocorrência também é alvo de uma apuração interna . O Santos Express tem previsão de desembarcar 1.803 contêineres no terminal, conforme a autoridade portuária.
Por G1 Santos
07/05/2018